O SETREL –
Seminário de Treinamento de Líderes e Evangelismo – foi um momento muito
singular. Este foi o quarto SETREL do qual participo. Lembro-me ainda do meu
primeiro SETREL como se fosse ontem. Em 2009, mesmo ano no qual conheci o
Movimento Estudantil Alfa e Ômega e decidi me juntar a um grupo de estudantes
que realmente se importa em levar o Evangelho, o amor e a graça de Cristo para
os outros. E hoje, três anos depois, eu sinto novamente a mesma alegria, uma
grande empolgação por fazer parte disto tudo e saber que continuo fazendo parte
de uma geração que se dedica unicamente a fazer Deus sorrir.
Assim como
havia dito na postagem sobre o Retiro AeO, o SETREL chegou com cheiro de
novidade. Ficamos hospedados na Segunda Igreja Batista de Duque de Caxias. A
semana estava bem ensolarada e quente, mas justamente no dia em que se iniciou
o SETREL os céus insistiam em gotejar incessantemente. A chuva chegou trazendo
consigo o frio. Mas esta dupla dinâmica não foi o suficiente para parar cerca
de 134 jovens dispostos a serem capacitados, usados pelo Espírito Santo e assim
espalharem a Mensagem do Filho de Deus.
Em menos de
apenas 3 horas de uma tarde cinzenta, 375 pessoas foram abordadas nas ruas da
Vila São Luiz. Dentre estas, 250 tiveram a oportunidade de ouvir sobre o Plano
de Salvação e 74 pessoas tomaram a decisão de orar recebendo a Cristo como
Senhor e Salvador. Tive uma experiência de abordagem muito tocante. Eu e minha
dupla, uma estudante de Direito da UERJ, conversamos primeiramente com um
senhor que era morador de rua. De inicio, nos assustamos, pois quando perguntamos
“tudo bem?” ele nos recebeu com toda sua sinceridade de coração, bradando: “Não
está tudo bem não! Não está nada bem! Eu estou aqui na rua, na chuva, com
fome...”. Ficamos meio que sem palavras, mas eu sabia que precisava focar na
necessidade dele naquele momento. Tentamos dar continuidade à conversa e ele
foi falando um pouco de suas dores, do que se passava em sua vida. Até que em
um certo ponto, quando questionei algo a respeito das pessoas com quem ele
morava antes, ele se irritou muito e disse que não queria ficar respondendo
perguntas, como que em um questionário. Fiquei atônito e ele foi caminhando pra
longe de nós, caminhando e falando, e aí parando gradativamente ainda falando.
Falava reclamando, sobre sua família. Ele começou a falar e foi como uma
represa se abrindo e jorrando torrentes. Em um momento ele parou e disse algo
que me fez entender que ele estava com muita fome, e aí fomos comprar algo pra
ele numa lanchonete por perto. Voltamos caminhando e eu pedi desculpas por ter
sido chato e eu disse que de fato é muito chato estar submetido a perguntas. Eu
disse ainda que eu falava muito e que de fato isso podia ser perturbador, já
que ele não era uma pessoa de muitas palavras. Mas ele até brincou falando que
tinha uma amiga moradora de rua que falava tanto quanto eu. A este ponto, ele
já falava dando risadas e isso foi bom. Mantivemos um diálogo por um tempo e
pudemos ver o quão chateado ele era com as instituições religiosas, pois só
paravam pra falar de Deus com ele, mas não ajudavam em nada. Vi que naquela
situação, onde não expomos as Quatro Leis Espirituais, estávamos agindo de forma
relevante. Não conseguiria nunca expor sobre o plano de salvação vendo ele ali,
com fome, dor, frio. E foi bom poder mostrar que como cristãos esta deveria ser
sempre nossa atitude. Sei que muitas vezes falho nisto, mas pude aprender mais
uma vez que precisamos ter atitudes correspondentes às que Jesus teria e teve
quando estava humanamente entre nós. Precisamos continuar permitindo com que
Jesus aja na vida das pessoas através de nós. Precisamos ser os pés, as mãos,
os braços, que vão, alcançam e abraçam.
No
dia seguinte infelizmente não tivemos evangelismos, pois chovia muito e ficamos
impedidos de ir. Decidimos então ficar em oração e este tempo foi inesquecível.
Estávamos então depois todos orando, em grupos, duplas, individualmente, e de
joelhos, clamando ao Senhor por aquele dia, pela vontade dEle, pelas pessoas
encontradas na tarde anterior e pela nossa vida depois deste feriado. Humildemente
declaramos que Deus é o nosso consolo, nosso abrigo, nossa força e refúgio.
Nele sempre confiaremos; com todo ser e com tudo que somos renderemos adoração
a Ele e vamos louvar todos os dias as maravilhas de Seu grande amor.
Muitas
outras coisas legais poderiam ser citadas aqui. Muitas histórias de
evangelismos poderiam ser narradas e certamente tocariam cada um que as lesse.
As aulas ministradas pelos missionários foram maravilhosas e discutimos muitas
coisas, inclusive sobre questões do nosso mundo pós-moderno como
homossexualidade, agnosticismo, ateísmo, a prática de evangelismo e os métodos
etc.
Fiquei
muito feliz ao ver uma quantidade imensa de novos envolvidos com o Alfa e
Ômega. Estava lendo há pouco os comentários de alguns deles no Facebook e fico transbordante de alegria
ao saber que eles simplesmente tiveram o melhor fim de semana de suas vidas.
Oro pra que eles permaneçam, pois foi pra isso que Jesus nos chamou: permanecer
nEle, focar no Seu coração e gerar vida, fruto. Que sejamos um grupo de estudantes
comprometidos e frutíferos. Que venhamos investir nossas vidas e nossas
energias em outras vidas. E mais uma vez, eu, não tenho um tom, não tenho
palavras ou um acorde para simplesmente agradecer ao Senhor por tudo que fez,
faz e fará.
Sam