Hoje vim falar um pouco do que vivi durante esse último mês de janeiro. Todos sabemos que a parte essencial do nosso ministério é compartilhar o Evangelho, falar sobre a alegria de um relacionamento pessoal com Deus que está disponível para todos aqueles que o desejam. É uma tarefa crucial que temos quando nos tornamos cristãos, seguidores de Cristo. Cada seguidor de Jesus deve assimilar isto e assim sentir uma verdadeira paixão em fazer com que outros também ouçam e compreendam o amor de Deus. E foi exatamente por isso que eu e outros estudantes brasileiros fomos à Itália dia 3 de janeiro.
Itália: como tudo começou
Desde o começo eu sabia que não ia ser nada fácil. As pessoas geralmente pensam em coisas muito atraentes quando se fala sobre a Europa. Ouso dizer que a maioria das pessoas sequer têm idéia de como seja a realidade espiritual na Europa. Estamos muito acostumados a ver missionários saindo de seus países para ajudar a obra missionária nos continentes africano e asiático ou em qualquer outra terra longínqua e pobre ao redor do mundo. Porém, se você fala que está indo para Europa, tudo soa muito diferente. Senti isso muito na pele durante os meses que antecederam a viagem. A Europa é berço da cultura ocidental, da ciência e é um continente muito importante economicamente. Há um grande abismo entre a realidade de lá e a do meu país. Até metade do ano passado eu não dava muita atenção para a Europa. Sempre me pareceu ser um lugar bonito, com pessoas educadas e bem vestidas vivendo em boa situação. No entanto, de repente, eu comecei a pensar sobre isso, e a Europa começou a entrar na minha cabeça. Sempre curti muito a língua inglesa. Seria muito legal conhecer um país europeu onde as pessoas falam inglês, a língua que mais amo e na qual me esforço dia a dia para aperfeiçoar minha fluência. E foi aí que uma faísca de curiosidade pela Inglaterra começou a crescer no meu coração.
Ano passado, em Junho, tivemos um Congresso Estudantil em Salvador/BA, e Deus tocou profundamente meu coração. Comecei a pensar muito sobre a Europa nessa época. Orei pelo povo europeu. Refleti sobre a situação espiritual daquela terra e orei por muito por isso. No último dia do Congresso eu fiquei surpreso: foram anunciados os locais nos quais aconteceriam os Projetos de Verão e, um desses locais seria na Europa. É aí então onde a Itália começa a dar as caras na minha vida e se mostra então como um dos maiores desafios que já encarei. Passei quatro meses me preparando, levantando sustento financeiro e orando. Foi um momento difícil para todos nós que fomos. Oramos para que Deus nos levasse a corações devotados à Sua obra, pessoas apaixonadas pela visão do Evangelho sendo espalhado por todo o Mundo. Graças a Deus essas pessoas apareceram em nossas vidas! Em todo tempo eu estava ciente das possíveis dificuldades que estava prestes a enfrentar: o tempo frio – já que havia me tornado um amante dos dias extremamente quente de verão –, a comunicação – pois estou acostumado em falar em inglês, e lá para mim seria quase inútil a língua inglesa, além do fato do meu italiano ser bem fraco –, a frieza das pessoas e a resistência ao Evangelho. No entanto, eu também sempre soube que Deus iria prover com tudo.
Ano passado, em Junho, tivemos um Congresso Estudantil em Salvador/BA, e Deus tocou profundamente meu coração. Comecei a pensar muito sobre a Europa nessa época. Orei pelo povo europeu. Refleti sobre a situação espiritual daquela terra e orei por muito por isso. No último dia do Congresso eu fiquei surpreso: foram anunciados os locais nos quais aconteceriam os Projetos de Verão e, um desses locais seria na Europa. É aí então onde a Itália começa a dar as caras na minha vida e se mostra então como um dos maiores desafios que já encarei. Passei quatro meses me preparando, levantando sustento financeiro e orando. Foi um momento difícil para todos nós que fomos. Oramos para que Deus nos levasse a corações devotados à Sua obra, pessoas apaixonadas pela visão do Evangelho sendo espalhado por todo o Mundo. Graças a Deus essas pessoas apareceram em nossas vidas! Em todo tempo eu estava ciente das possíveis dificuldades que estava prestes a enfrentar: o tempo frio – já que havia me tornado um amante dos dias extremamente quente de verão –, a comunicação – pois estou acostumado em falar em inglês, e lá para mim seria quase inútil a língua inglesa, além do fato do meu italiano ser bem fraco –, a frieza das pessoas e a resistência ao Evangelho. No entanto, eu também sempre soube que Deus iria prover com tudo.
A experiência no campus: Verona e Mantova
Ficamos em uma cidade chamada Mantova, ao norte da Itália. Fomos muito bem recebidos pelos irmãos e irmãs da igreja local, a Chiesa Cristiana Evangélica Battista di Mantova. Aquelas pessoas tão queridas nos ofereceram suas casas para cada um de nós ficarmos. Nosso grupo foi liderado por quatro missionários brasileiros; dois deles são da Cruzada Estudantil e Profissional para Cristo e os outros dois – um casal – são missionários voluntários de tempo integral e trabalham em conjunto com a Igreja Batista de Mantova. No nosso primeiro dia tivemos um treinamento transcultural para nos adaptarmos à cultura local e às pessoas. Fomos ao centro da cidade para conhecer Mantova. É uma bela cidade histórica, com palácios, igrejas, construções e muita arte. Tivemos o prazer de conhecer os missionários do Agape Italia, em Bologna. Aprendemos muito com eles no nosso encontro na Università degli Studi di Bologna, a universidade mais antiga do mundo ocidental. Juntos nós fizemos uma caminhada de oração pelo campus em Bologna.
Nosso trabalho evangelístico começou na Università degli Studi di Verona. A princípio, havíamos planejado ficar apenas uma semana por lá. No nosso primeiro dia, fizemos uma caminhada de oração e reconhecemos o campos, analisando como é a rotina estudantil e o local em si. Pude encontrar alguns estudantes e conversar um pouco com eles. Foram nossos primeiros contatos no campus.
Nossa maior preocupação era como nós conseguiríamos nos conectar aos estudantes. Deveria ser uma conexão muito bem feita para que assim abríssemos espaço para iniciar conversas espirituais e caminhar ao lado deles. Isso aconteceu comigo de uma forma bem louca no primeiro dia, quando eu e meu amigo começamos a falar sobre o Brasil com alguns estudantes e mostramos algumas fotos bem legais do pôr-do-sol no Arpoador. Uma das experiências mais especiais que tive foi no segundo dia, quando eu e mais dois amigos evangelizamos um estudante equatoriano e falamos em três idiomas: eu falava inglês, enquanto um deles falava em espanhol e o outro em italiano. Foi incrível ver um estudante abrindo sua mente para pensar mais a respeito de Deus, do propósito da existência e da eternidade! Dia pós dia Deus ia colocando novos estudantes no nosso caminho. Eram em sua maioria colegas dos estudantes os quais já havíamos conhecido nos primeiros dias de nossa jornada em Verona. As conversas surgiam após usarmos uma ferramenta muito criativa e fenomenal chamada MySoularium. É um conjunto de 50 fotografias, que deveriam ser usadas pelos estudantes para responder algumas perguntas que nós fazíamos a eles. As fotos são bem subjetivas, e assim os estudantes podem interpretá-las da maneira que quiserem. Foi uma ótima aposta, pois como podemos perceber, os estudantes eram fissurados por materiais visuais – vimos centenas de papeis e cartazes presos nos murais por todo o campus.
Jovens de diversas nações do mundo puderam nos ouvir, falar abertamente conosco e ser incitados a pensar mais Deus, e em alguns casos, pela primeira vez em suas vidas. Além de italianos, pudemos encontrar, pelo menos, estudantes ingleses, equatorianos, marroquinos, nigerianos, alemães e russos. Muitos desses estudantes nunca tiveram oportunidade de falar sobre espiritualidade e alguns deles julgam que isso é até algo muito importante. Um deles me falou que isso não é algo sobre o qual eles conseguiriam conversar com seus colegas ou amigos e, se eles o fizessem, provavelmente acabariam brigando. As pessoas nunca parecem ser muito amigáveis quando estão falando de coisas espirituais... Mas talvez nós tenhamos feito toda diferença! Glória a Deus!
Ao longo dos dias no campus, nós encontramos estudantes cristãos e isso foi fantástico! Nossos corações ficaram muito alegres! Deus estava fazendo muito mais do que nós esperávamos de início. Estudantes estavam se abrindo facilmente para nos ouvir, e pudemos manter contato com eles o tempo todo, almoçando com eles no restaurante universitário, mandando mensagens de texto (SMS), conversando no Facebook, pelo celular etc. Até mesmo estudantes de outras crenças religiosas pararam para conversar conosco e fazer uso do MySoularium.
Após uma semana de trabalho em Verona, visitamos dos campi em Mantova: o Politecnico di Milano e a Università di Mantova. A atmosfera era bem diferente de Verona e daí percebemos que não seriam necessárias muitas pessoas pro trabalho ali, já que haviam bem poucos estudantes. A infraestrutura dos prédios era bem diferente da Università di Verona. Eram menores, com poucas áreas abertas e a rotina estudantil era mais pesada, tempo integral, além das provas que eles estavam tendo naquele mês, assim como os estudantes de Verona. Diante do sucesso que havia sido nosso trabalho em Verona, decidimos dividir nossa equipe em dois grupos: um que ficaria trabalhando em Mantova e outro em Verona. Eu continuei trabalhando em Verona.
Fiquei praticamente as três últimas semanas trabalhando em Verona, aproveitando a oportunidade de evangelizar outros novos estudantes e tendo a oportunidade discipular um dos estudantes cristãos que conhecemos. Esta foi, à propósito, a maior experiência que tive ali. Eu e um outro colega de equipe nos encontramos com esse estudante durante uns 5 dias e juntos, pudemos conversar sobre os passos básicos da real fé cristã, evangelizar, criar uma amizade entre nós e compreender mais a importância de compartilhar a nossa fé com nossos colegas. Graças a Deus, o estudante curtiu muito aquele momento e sentiu-se encorajado a fazer aquilo entre seus amigos. Outro estudante cristão foi acompanhado por outra pessoa de nossa equipe e ele sentiu fortemente a necessidade de começar algo no campus juntamente com outros estudantes cristãos. Isso é incrível! Sim, podemos ver que Deus está movendo!
No dia 25 de janeiro, tivemos uma grande surpresa: ficamos sabendo que um terremoto havia ocorrido em Verona. Decidimos não ir à Verona naquele dia e sendo assim, trabalhamos juntos com a equipe de Mantova. Ficamos na Università di Mantova, onde pudemos ter uma maravilhosa experiência de evangelismo. Eu e uma amiga – que se formou em Italiano – conversamos com um casal de estudantes. Foi ótimo, pois foi a primeira vez que tive uma conversa mais complexa em italiano no campus! Lembro-me que durante nossos primeiros dias na Itália eu fiquei muito triste porque não sabia falar com as pessoas na língua local. Senti-me preso, sem chão, algo travava a minha língua. Orei por aquilo dia após dia e então Deus me surpreendeu ao permitir-me falar em italiano com aqueles estudantes! Nossa!
Enfrentei alguns momentos difíceis também, quando tentei conversar com estudantes da Alemanha e Rússia, porém, eles pararam para nos ouvir e foram até gentis. Além do terremoto, outro problema foi no dia em que houve uma greve dos ferroviários, e aí tivemos que ir em número reduzido e de carro.
Voltando ao Brasil: muito trabalho pela frente
Nossos últimos dias no campus mexeram muito comigo. Não conseguia me ver indo embora dali, dizendo “adeus” aos estudantes sem saber se um dia eu retornaria. Estava muito apegado a eles... Minha rotina fazia me sentir como se estivesse em casa; estava muito bem adaptado àquela realidade. Era prazeroso ajudar aqueles estudantes a entenderem mais sobre o amor de Deus, pensar sobre suas perspectivas de vida e etc. Depois de tirarmos algumas fotos e palavras de adeus, pegamos o ônibus e nunca mais voltamos a ver Verona. Passamos alguns dias em Ortisei, aproveitando a neve e as montanhas geladas, recuperando assim nossas energias para então voltarmos ao Brasil. Admito que foi um mês muito intenso. Todos nós tivemos que enfrentar o frio, esperar pelo trem, correr contra o tempo, controlar nossos recursos financeiros e nos revestir de uma porção de roupas quentes. E eu faria tudo de novo se pudesse.
Agradeço a Deus por me permitir ajudar a Grande Comissão (Mateus 28:18-20) trabalhando com aqueles estudantes na Itália. De fato, me apaixonei pela vida de cada estudante. Eles representam muito para mim e desejo muito o melhor para cada um deles. O melhor de tudo nessa vida é ter um relacionamento com Jesus Cristo, com toda certeza.
E hoje, eis-me aqui escrevendo essas linhas, relembrando-me daqueles dias maravilhosos na Itália. Sinto falta de tudo que vivi ali! Contudo, meu coração deve se focar na realidade daqui. Eu tenho meu campus. Eu vejo estudantes brasileiros sedentos por respostas e em busca de um norte para suas vidas. Voltei pra casa com meu coração inclinado a fazer o que for necessário para glorificar o nome do Senhor no meu campus. Anseio ver uma geração influenciada por pessoas que verdadeiramente seguem a Deus. “I don’t wanna see another generation drop” (Chris Martin, do Coldplay). Creio que Deus pode fazer o mesmo que ele fez na Itália e até mesmo muito mais. Vivemos num país “livre”, onde o Evangelho pode ser proclamado. Sendo assim, que tal nos esforçarem mais no compartilhar da nossa fé no nosso campus? Por quê não investir mais no lugar onde estamos todos os dias? É isso que desejo e estou certo de que Ele deseja isso mais do que eu mesmo.
Arrivederci,
Sam
Nenhum comentário:
Postar um comentário