O mês de maio começou há pouco.
As rotinas de provas e trabalhos já começaram e o clima no campus começa a
ficar um pouco mais tenso. É normal os estudantes comparecerem em menor número
às reuniões. Quando os encontramos pelo campus e comentamos que sentimos falta
deles no último quebra-gelo a resposta é sempre esta: precisei estudar para as
provas da semana. No meu caso, passei uns dias estudando para uma prova e me
dedicando mais intensamente para as atividades do estágio nessas semanas. Isso
me tirou um pouco do tempo que costumo gastar nas atividades do ministério com
os estudantes no campus.
Como já comentei, sou um cara
muito relacionador. Gosto de estar com as pessoas, de caminhar com elas,
conhecê-las. Por isso, uma das coisas mais legais do meu ministério pessoal é o
discipulado. Como eu amo isso! Lembro-me de quando comecei a discipular os meus
atuais discípulos. Sentia-me muito despreparado e percebia que em meu
relacionamento com eles não era havia tanta proximidade como eu desejava. Eu
fui aprendendo com o tempo, com a convivência. Aprendi que discipular é
investir sua vida em pessoas. É amá-las, querer bem, ajudá-las a caminhar,
andar lado a lado. É ser amigo sim, ouvir, compartilhar, direcionar, aprender.
Hoje eu consigo enxergar todo esse amadurecimento em mim e o crescimento que a
eles foi proporcionado. Foi algo mútuo, crescemos juntos. Hoje eu me sinto
muito feliz ao ver que cada um destes discípulos tem progredido em suas
caminhadas espirituais e em suas vidas ministeriais. Eles têm crescido. Eu vejo
os frutos. E o mais fantástico de tudo é ver esses frutos querendo gerar novas
árvores, das quais frutos também brotarão com o tempo.
Discipular
alguém é algo que me dá prazer, simplesmente pelo fato de estar ajudando alguém
em sua caminhada com Cristo e estar contribuindo para que um dia ela também
possa ter essa mesma visão de multiplicação espiritual. É algo que também muito
me edifica. A cada dia vou crescendo, e me conhecendo mais.
De uns tempos para cá, comecei a me perguntar e ser incomodado com a seguinte questão: como posso fazer isso na minha realidade ministerial fora da Universidade? Segui orando e a cada dia ia me encantando com a ideia de iniciar um discipulado na minha igreja local.
Há pouco tempo, um garoto começou a ir na igreja em que congrego. Ele é novo por lá, não tendo vivido ainda também o momento da conversão.
Pensei a respeito dele e senti no meu coração de começar a conversar com ele a
respeito de assuntos espirituais, dando a ele a oportunidade então de conhecer
a Jesus Cristo e caminhar com Ele. Há duas semanas conversei com ele, e ele
gostou muito da ideia de termos estudos, conversarmos sobre assuntos
espirituais e ajudá-lo a tirar as dúvidas que povoam a sua mente. Ele de fato
ficou muito feliz com esse convite que eu o fiz. Fiquei encantado, maravilhado.
O interesse dele em fazer parte daquilo tudo que eu estava sonhando em meu
coração semanas antes foi algo incrível! Desta forma, semana passada nós já começamos
nosso primeiro encontro, no qual fizemos um estudo investigativo que fala sobre
Jesus e iniciamos uma amizade.
Estou muito feliz com isto tudo.
O discipulado tem sido algo que me traz muita satisfação ao ver vidas sendo
transformadas, edificadas. Estar caminhando com uma pessoa nova na fé, ajudando-a a
crescer em sua jornada de fé, a conhecer Jesus e a se relacionar com Ele é algo com o qual eu sempre sonhei. Outra alegria
é ver os meus antigos discípulos iniciando então seus discipulados com novos
estudantes que conheceram nosso grupo recentemente. É engraçado como se
consegue enxergar o potencial que eles têm isso nos estimula ainda mais a
vê-los sendo capacitados para um dia estarem liderando e fazendo novos
discípulos.
Vim compartilhar hoje a respeito
de discipulado justamente também por ter sido tema de nossa última reunião
mensal, o Quebra-Gelo Metro. Nesse grande encontro, estudantes de diversas
universidades do Estado do Rio de Janeiro se unem em louvor a Deus, em oração e
em comunhão. Fomos
maravilhosamente ministrados acerca do discipulado através de uma missionária
do ministério Brasil Musica e Missão (BMM). Depois daquela reunião, eu me senti
mais empolgado ainda a perseverar nessa caminhada de discipulado, ajudando na
formação destes meus amigos. Como a missionária disse, baseando-se na passagem
de João 15, como ramos, nós devemos gastar toda nossa energia para frutificar.
Toda nossa vida útil é para frutificar, assim como Jesus fez. Andar como Ele
andou, falar como Ele andou, comportar-se como Ele. Ele não apenas deu a vida,
mas Ele é a vida.
Sam