10.15.2012

SETREL Caxias 2012


O SETREL – Seminário de Treinamento de Líderes e Evangelismo – foi um momento muito singular. Este foi o quarto SETREL do qual participo. Lembro-me ainda do meu primeiro SETREL como se fosse ontem. Em 2009, mesmo ano no qual conheci o Movimento Estudantil Alfa e Ômega e decidi me juntar a um grupo de estudantes que realmente se importa em levar o Evangelho, o amor e a graça de Cristo para os outros. E hoje, três anos depois, eu sinto novamente a mesma alegria, uma grande empolgação por fazer parte disto tudo e saber que continuo fazendo parte de uma geração que se dedica unicamente a fazer Deus sorrir.
Assim como havia dito na postagem sobre o Retiro AeO, o SETREL chegou com cheiro de novidade. Ficamos hospedados na Segunda Igreja Batista de Duque de Caxias. A semana estava bem ensolarada e quente, mas justamente no dia em que se iniciou o SETREL os céus insistiam em gotejar incessantemente. A chuva chegou trazendo consigo o frio. Mas esta dupla dinâmica não foi o suficiente para parar cerca de 134 jovens dispostos a serem capacitados, usados pelo Espírito Santo e assim espalharem a Mensagem do Filho de Deus.
Em menos de apenas 3 horas de uma tarde cinzenta, 375 pessoas foram abordadas nas ruas da Vila São Luiz. Dentre estas, 250 tiveram a oportunidade de ouvir sobre o Plano de Salvação e 74 pessoas tomaram a decisão de orar recebendo a Cristo como Senhor e Salvador. Tive uma experiência de abordagem muito tocante. Eu e minha dupla, uma estudante de Direito da UERJ, conversamos primeiramente com um senhor que era morador de rua. De inicio, nos assustamos, pois quando perguntamos “tudo bem?” ele nos recebeu com toda sua sinceridade de coração, bradando: “Não está tudo bem não! Não está nada bem! Eu estou aqui na rua, na chuva, com fome...”. Ficamos meio que sem palavras, mas eu sabia que precisava focar na necessidade dele naquele momento. Tentamos dar continuidade à conversa e ele foi falando um pouco de suas dores, do que se passava em sua vida. Até que em um certo ponto, quando questionei algo a respeito das pessoas com quem ele morava antes, ele se irritou muito e disse que não queria ficar respondendo perguntas, como que em um questionário. Fiquei atônito e ele foi caminhando pra longe de nós, caminhando e falando, e aí parando gradativamente ainda falando. Falava reclamando, sobre sua família. Ele começou a falar e foi como uma represa se abrindo e jorrando torrentes. Em um momento ele parou e disse algo que me fez entender que ele estava com muita fome, e aí fomos comprar algo pra ele numa lanchonete por perto. Voltamos caminhando e eu pedi desculpas por ter sido chato e eu disse que de fato é muito chato estar submetido a perguntas. Eu disse ainda que eu falava muito e que de fato isso podia ser perturbador, já que ele não era uma pessoa de muitas palavras. Mas ele até brincou falando que tinha uma amiga moradora de rua que falava tanto quanto eu. A este ponto, ele já falava dando risadas e isso foi bom. Mantivemos um diálogo por um tempo e pudemos ver o quão chateado ele era com as instituições religiosas, pois só paravam pra falar de Deus com ele, mas não ajudavam em nada. Vi que naquela situação, onde não expomos as Quatro Leis Espirituais, estávamos agindo de forma relevante. Não conseguiria nunca expor sobre o plano de salvação vendo ele ali, com fome, dor, frio. E foi bom poder mostrar que como cristãos esta deveria ser sempre nossa atitude. Sei que muitas vezes falho nisto, mas pude aprender mais uma vez que precisamos ter atitudes correspondentes às que Jesus teria e teve quando estava humanamente entre nós. Precisamos continuar permitindo com que Jesus aja na vida das pessoas através de nós. Precisamos ser os pés, as mãos, os braços, que vão, alcançam e abraçam.
      No dia seguinte infelizmente não tivemos evangelismos, pois chovia muito e ficamos impedidos de ir. Decidimos então ficar em oração e este tempo foi inesquecível. Estávamos então depois todos orando, em grupos, duplas, individualmente, e de joelhos, clamando ao Senhor por aquele dia, pela vontade dEle, pelas pessoas encontradas na tarde anterior e pela nossa vida depois deste feriado. Humildemente declaramos que Deus é o nosso consolo, nosso abrigo, nossa força e refúgio. Nele sempre confiaremos; com todo ser e com tudo que somos renderemos adoração a Ele e vamos louvar todos os dias as maravilhas de Seu grande amor.
            Muitas outras coisas legais poderiam ser citadas aqui. Muitas histórias de evangelismos poderiam ser narradas e certamente tocariam cada um que as lesse. As aulas ministradas pelos missionários foram maravilhosas e discutimos muitas coisas, inclusive sobre questões do nosso mundo pós-moderno como homossexualidade, agnosticismo, ateísmo, a prática de evangelismo e os métodos etc.
            

      Fiquei muito feliz ao ver uma quantidade imensa de novos envolvidos com o Alfa e Ômega. Estava lendo há pouco os comentários de alguns deles no Facebook e fico transbordante de alegria ao saber que eles simplesmente tiveram o melhor fim de semana de suas vidas. Oro pra que eles permaneçam, pois foi pra isso que Jesus nos chamou: permanecer nEle, focar no Seu coração e gerar vida, fruto. Que sejamos um grupo de estudantes comprometidos e frutíferos. Que venhamos investir nossas vidas e nossas energias em outras vidas. E mais uma vez, eu, não tenho um tom, não tenho palavras ou um acorde para simplesmente agradecer ao Senhor por tudo que fez, faz e fará.

Sam

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